Estudo Secreto Sobre Jesus Cristo

O que você não sabia sobre Jesus

  • Jesus Cristo é Deus ou unicamente seu Filho?

  • Existe um ser superior a Jesus ou Jesus é o próprio Deus?

  • O Dogma da Divindade afirma que Deus e Jesus constituem um único ser ou que Jesus é igual ao Pai. Mas se Jesus é igual ao Pai, por que o Evangelho afirma que o Pai é maior do que Jesus?

  • Como alguém pode ser ao mesmo tempo homem e Deus?

  • Por que a igreja não consegue explicar esse mistério a luz da razão?

Jesus Christ

O termo “Divindade”, segundo o dicionário, é aplicado a alguém que possui a natureza Divina, isto é, se refere ao ser infinito, Perfeito e Criador do Universo a quem chamamos de “Deus”.

A palavra “dogma” indica uma doutrina fundamental e indiscutível. O Dogma da Divindade de Jesus Cristo é, portanto, a doutrina que afirma e defende a Divindade de Jesus Cristo, ou seja, é uma doutrina fundamental da igreja que prega que Jesus é Deus, ou que Deus e Jesus constituem um único Ser.

Em outras palavras, é o mesmo que afirmar que além ou acima de Jesus não existe outro Ser.

Segundo o Dogma, Jesus foi “Deus encarnado” e por este motivo possuiu duas naturezas: a humana e a Divina. As maiores provas da natureza Divina de Jesus Cristo, segundo o próprio Dogma, se encontra nos atributos Divinos que são a ele atribuídos e manifestados por ele durante sua vida terrena. Existem pelo menos cinco atributos Divinos atribuídos a Jesus: Eternidade, Onipresença, Onisciência, Onipotência e Imutabilidade. Segundo o Dogma da Divindade, Jesus possuiu todos.

Desde o século IV que a inteligência humana vem tentando compreender e explicar o Dogma que afirma que Jesus foi “Deus encarnado”, isto é, que Deus se fez humano na pessoa de Jesus Cristo. Os teólogos da Igreja até hoje não foram capazes de explicar essa doutrina a luz da razão, permanecendo desta forma como um dos grandes mistérios da fé cristã.

Mas como alguém pode ser ao mesmo tempo homem e Deus? Por que em algumas passagens do Evangelho é possível identificar a existência de um Ser superior a Jesus? Se Jesus é o próprio Deus, por que dizia que um outro Ser chamado “Pai” era maior do que ele? As poucas opiniões que tentam explicar estas questões, sem ferir o Dogma, não são concludentes e por isso mesmo esta doutrina é tida por vários estudiosos como objeto de fé cega, impenetrável a razão; é algo em que a inteligência humana é incapaz de compreender.

Alguns desistiram em meio a forte pressão que o clericalismo ocasionou em suas vidas, outros, empreenderam estudos secretos e seguiram adiante. Estes, porém, se envolveram demais nessa causa e descobriram coisas inacreditáveis que se fosse na época da Igreja medieval, com certeza estariam em sérios problemas.

Eu sou uma dessas pessoas que decidiram e persistiram até o fim em busca do inexplicável. Para mim, em particular, foi um grande choque ao me deparar com a verdade que estava por detrás do dogma, pois em alguns instantes o grande edifício que fora construído durante longos anos de estudos na igreja veio ao chão. Tudo aquilo que havia aprendido em minha vida sobre o Dogma da Divindade de Jesus Cristo simplesmente não era real. Isso gerou dentro de mim um conflito interior que somente pude superar três anos depois com o meu afastamento da Igreja.

Durante esses longos anos quis fechar os olhos diante das verdades que minha busca proporcionara e tentar desenvolver o meu ofício pastoral como se nada houvesse acontecido. Não consegui.

Muitas vezes, nos momentos solitários de minha vida me perguntei:

- Por que teve que ser assim?

- Por que eu?

Já não me sentia mais o mesmo devido ao peso da grande responsabilidade que estava sobre os meus ombros. A responsabilidade da decisão que era preciso tomar: - Tornar público o que havia descoberto.

Não podia mais aceitar e muito menos ensinar uma doutrina erroneamente formulada por um sistema religioso inconseqüente, porque uma falsa verdade religiosa gera uma fé cega e esta, a intolerância, a desigualdade e o fanatismo.

A fé cega anula a liberdade de pensar, enquanto que a fé que enxerga claro todas as coisas produz uma inteligência perfeita daquilo que se deve crer. Agora, após vencer o conflito interior do meu ser durante estes anos, é chegado o momento de fazer conhecer tudo aquilo que está por detrás do mistério do Dogma da Divindade de Jesus Cristo. Por isso, apresento ao caro leitor, nas páginas seguintes, os Estudos Secretos que realizei em 1988 acerca do Dogma, quando exercia o ofício de pastor numa determinada Igreja protestante.

Esse material teve que ser desenvolvido de forma oculta, isto é, sem que meus superiores soubessem; nem mesmo a minha família e amigos próximos puderam tomar conhecimento da finalidade das minhas pesquisas, pois a censura e o boicote religioso poderiam frustrar os meus objetivos.

Que as luzes hauridas aqui venham brilhar intensamente nos caminhos daqueles que estejam seriamente animados de conhecer a verdade! Os Argumentos Considerados Contrários ao Dogma da Divindade de Jesus Cristo possuem referências bíblicas e são assim definidos:

  • 1º- Jesus não possuía a Onisciência Divina, ou seja, não tinha o poder de saber tudo. Este argumento é baseado nas próprias palavras de Jesus quando afirmou desconhecer o dia em que haveria de voltar ao mundo. Esta passagem se encontra no Evangelho segundo São Mateus, cap. 24, versículo 36;

  • 2º- Jesus era inferior a outro Ser a quem ele próprio dizia ser o seu “Pai”. Este argumento também é baseado nas palavras de Jesus quando afirmou que o Pai era maior do que ele. Esta afirmação se encontra no Evangelho segundo São João, cap. 14, versículo 28;

  • 3º- O domínio sobre as coisas foi dada a Jesus por um outro Ser superior a ele, isto é, alguém que tinha o domínio das coisas concedeu este domínio a Jesus. Este argumento se baseia nas palavras do apóstolo São Paulo quando disse que esse Ser superior sujeitou todas as coisas debaixo dos pés de Jesus com exceção dAquele que lhe deu este poder. Este ensino está na 1ª carta do apóstolo aos coríntios, cap. 15 e versículo 27.

Diante de todo esse estudo, e usando de todos os meios e formas teológicas que conheço, concluo, infelizmente, que o texto de Mateus 24:36 é indubitavelmente contrário ao Dogma da Divindade de Jesus Cristo.

Concluo também, que esse não é o único texto evangélico que demonstra a falta do atributo da Onisciência na pessoa de Jesus, pois em pesquisa paralela descobri uma outra referência sobre o assunto. Em Marcos 11:13, onde Jesus avista de longe uma figueira e se dirige até ela para ver se encontra algum fruto; ao chegar na árvore viu que não havia fruto algum. Se Jesus possuísse o atributo da Onisciência saberia que naquela figueira não tinha fruto. O texto afirma que a figueira não tinha fruto porque não era época; Jesus também desconhecia isso.

Pela análise dos textos bíblicos em questão, passo a concluir o seguinte:

  • Os textos de Mateus 24:36; João 14:28 e 1º Coríntios 15:27, utilizados pelos bispos do séc. IV, são realmente contrários ao Dogma da Divindade de Jesus Cristo;

  • As palavras de Jesus demonstram claramente que ele não é Deus e sim o seu Pai; o soberano que “conhece todas as coisas”; que é “maior” do que o Cristo.

Para que o homem creia, portanto, no Dogma da Divindade de Jesus Cristo, é preciso se crer através de uma fé cega, pois essa doutrina, como tantas outras criadas para defender os interesses da Igreja, é imposta aos fiéis sob a condição de que não haja a manifestação de uma das mais preciosas faculdades do ser humano: o raciocínio e o livre arbítrio.

É notável que essa grande mentira, que já dura séculos, acendeu as fogueiras e fez verter ondas de sangue por meio de uma fé cega, esquecendo-se de que o Cristo disse ser toda a lei e os profetas: “o amor a Deus e ao próximo”. Mas o que mais me chocou nisso tudo, não foi o fato de conhecer que acima de Jesus existe um Ser superior que é “Deus”, mas o fato de que a Igreja vem enganando a Humanidade há muito, e ainda continua fazê-lo para defender seus interesses.

O erro já foi feito, e agora, mesmo que se quisesse, a Igreja dificilmente poderia voltar atrás, pois o seu atual sistema religioso a impede. Restando agora tão somente a execução de um plano estratégico para defender sua doutrina, porque explicá-la a luz da razão lhe é impossível. Somente poderá existir um Cristianismo autêntico quando as falsas doutrinas ruírem ante as verdades imutáveis do Cristo. É necessário combater as falsas doutrinas porque elas só produzem o que chamamos de fé cega. A fé cega anula a liberdade de pensar, enquanto que a fé que enxerga claro todas as coisas, produz uma inteligência perfeita daquilo que se deve crer. Porque a fé cega quer se impor e eliminar uma das mais preciosas faculdades do homem: o raciocínio e o livre arbítrio.

Filho de Deus “Diante da pergunta do sumo sacerdote, Jesus calou-se e nada respondeu”. Então O sumo-sacerdote perguntou outra vez: “És tu o Cristo, filho do Deus Bendito?” E Jesus disse-lhe: “Eu o sou, e vereis o Filho do homem assentado à direita do Poder de Deus, e vindo sobre as nuvens do Céu”. (Marcos 14:61, 62)

O conceito de “Filho” no pensamento judaico da época indicava participação e igualdade. Jesus se declarava Filho de Deus e por este motivo os sacerdotes judeus procuravam matá-lo, pois era uma afronta à sua religião dizer ser igual a Deus. (João 5:18)

Mas a intenção de Jesus, na realidade, não era a de se fazer igual ao Pai, antes, mostrar que todos eram igualmente “filhos de Deus”; filhos de um só Pai, “porque um só é o vosso Pai, o qual está nos céus”. (Mateus 23:9)

O Filho do homem “Então Jesus disse: O Filho do Homem não veio para ser servido, Mas para servir e dar a sua vida Em resgate de muitos”. (Marcos 10:45)

A expressão Filho do homem vem do hebraico e significa basicamente “filho de Adão”. É, antes de tudo, um título comum a todos os homens escolhidos por Deus para realizar alguma missão. Esse termo exprime fraqueza e humildade diante de Deus. Jesus aplicava a si mesmo esse título para demonstrar sua humilde condição de “Servo de Deus” e não de um ser igual a Deus.

É, pois, por esta razão que disse “o Filho do homem veio para servir e não para ser servido”. Aqueles que o acompanhavam sabiam disso; que ele era um enviado de Deus e não o próprio Deus, porque era de natureza humana, sujeito às mesmas fraquezas que qualquer homem. E isso tanto é verdade que as Escrituras afirmam: “Deus não é homem para que minta; nem filho do homem para que se arrependa”. (Números 23:19)

Ora, Jesus, sentindo sua fraqueza como Filho do homem, pediu para que, se possível, fosse afastado dele o momento de seu suplício, dizendo: “Meu Pai, se é possível, passe de mim este cálice”. (Mateus 26:39)

Mas ao mesmo tempo em que sua natureza humana o fazia retroceder, sua missão como Filho do homem falava mais alto em seu ser: “O Filho do homem veio para dar a sua vida em resgate de muitos”. Jesus tinha que prosseguir e o preço tinha que ser pago, por isso disse: “Meu Pai, se este cálice não pode passar de mim sem eu o beber, faça-se a tua vontade”. (Mateus 26:42)

O Filho Unigênito de Deus “Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho Unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça mas tenha a vida eterna”. (João 3:16)

Etimologicamente, a expressão Filho Unigênito “único filho da espécie ou do tipo”. Unigênito vem do termo original grego monogênes: “Mono” significa único e “Genes”, uma derivação de “genos”, significa raça, tipo. Ao contrário do que muitos pretendem ensinar, a expressão Filho Unigênito não significa “único Filho de Deus”. Se assim o fosse, por que então Jesus ensinou que o seu Pai era, igualmente, Pai de todos?

Se Jesus fosse o único Filho de Seu Pai, logo, ninguém mais poderia ser seu irmão. No entanto, Ele disse a Maria Madalena, logo após a ressurreição: “Vai para meus irmãos, e dize-lhes que eu subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus.” (João 20:17)

Jesus é, portanto, o Filho Unigênito de Deus, não porque é o único filho do Pai, mas porque devido a sua natureza superior, o Pai lhe deu uma missão que só poderia ser realizada por alguém de sua “espécie” ou do seu “tipo”. Podemos fazer aqui uma comparação com o “pai Abraão”, por exemplo, que teve vários filhos, mas somente um (Isaque) é que foi considerado “Unigênito de Abraão”, quer dizer, somente Isaque é que se enquadrava no “tipo” de filho capaz de governar o reino de seu pai Abraão. (Gênesis 25:5, Hebreus 11:17)

O Salvador “O Filho do homem veio procurar e salvar o que se havia perdido.” (Lucas 19:10)

Jesus na qualidade de “Filho do homem”, quer dizer, no exercício de sua missão como humilde Servo de Deus, empreendeu uma grande procura daqueles que um dia tinham se perdido, isto é, que tinham se desviado do verdadeiro caminho que leva o homem a Deus. Caminho esse que precisou reabrir dentre os matagais da ignorância, dos abusos religiosos enraizados no meio do povo e dos preconceitos hauridos desde a servidão do Egito. Entretanto, para os encontrar e atrair para si, foi preciso combater aberta e fortemente o abuso das práticas exteriores e as falsas interpretações. E para isso, teve que pagar um preço: “dar a sua vida”.

Sem dúvida, Jesus Cristo é o Salvador, enviado para ensinar as verdades aos homens e mostrar-lhes o bom caminho. Mas a sua grande missão de procurar e salvar os perdidos ainda se faz presente em nosso meio. Jesus ainda continua procurando e salvando os aflitos e desvalidos. Jesus está presente através dos seus novos apóstolos: pessoas que tiveram suas vidas transformadas e seus caminhos iluminados pela força das palavras do Cristo, e que agora, como gesto de gratidão e a consciência de sua missão, propagam as boas novas e a paz entre os homens de boa vontade.